sábado, 28 de agosto de 2010

1B_ Pe Antonio Vieira



Padre António Vieira (1608-1697) foi missionário, pregador, diplomata, político e escritor. Nasceu em Lisboa e aos sete anos parte com a família para a Baía, no Brasil, onde o pai exercia a função de secretário da Governação. Estuda no colégio jesuíta da Baía e ingressa na Companhia de Jesus, recebendo ordens em 1635 e iniciando nessa altura o seu trabalho como pregador. Em 1641 parte para Lisboa com o governador para apresentar ao rei D. João IV a adesão à causa da Restauração. O rei encarregou-o de várias missões diplomáticas na Holanda e em Roma. Não sendo bem sucedido nestes encargos, regressou novamente ao Brasil e dedicou-se à missionação dos índios. Após a morte de D. João IV, a Inquisição acusa-o de professar opiniões heréticas (1662-1667), mas é absolvido com a subida ao trono de D. Pedro II [de Portugal]. Depois de novo e intenso período de trabalho como diplomata em Roma e como pregador, regressa definitivamente à Baía. onde morre com quase 90 anos de idade.


Talvez a obra mais citada do Padre Vieira seja o  Sermão da Sexagésima, que pode ser lido na íntegra clicando o link a seguir:  sermão da sexagésim,a






Proferido na Capela Real de Lisboa em 1655, o Sermão da Sexagésimaé um dos mais importantes sermões dePe. Antônio Vieira. Grande orador, ele mesclava sua formação jesuítica com a estética barroca, fazendo de seus sermões a expressão máxima do Barroco em prosa sacra e um dos principais meios de difusão da ideologia e daliteratura da Contra-Reforma.




Por vezes, uma extraordinária força poética emerge de seu texto, como no fragmento abaixo, extraído do Sermão de Santo Antônio:



Sermão, de Vieira, traduzido para o holandês em 1646




Quis Cristo que o preço da sepultura dos peregrinos fosse o esmalte das armas dos portugueses, para que entendêssemos que o brasão de nascer portugueses era a obrigação de morrer peregrinos: com as armas nos obrigou Cristo a peregrinar, e com a sepultura nos empenhou a morrer. Mas se nos deu o brasão que nos havia de levar da pátria, também nos deu a terra que nos havia de cobrir fora dela. Nascer pequeno e morrer grande é chegar a ser homem. Por isso nos deu Deus tão pouca terra para o nascimento e tantas para a sepultura. Para nascer, pouca terra; para morrer, toda a terra; para nascer, Portugal; para morrer, o mundo.





REFERÊNCIAS
Read more: http://www.portaldaliteratura.com/autores.php?autor=142#ixzz0xwp7E6Yj
http://educaterra.terra.com.br/literatura/barroco/barroco_21.htm

1B _ BARROCO

Retrato de Gregório de Mattos Gregório de Mattos Guerra.
 
Poeta do movimento Barroco brasileiro, nasceu na Bahia, filho de família abastada e poderosa, estudou na Universidade de Coimbra, onde se formou em Direito. Gregório deixou uma obra poética riquíssima, podendo-se apontar três temas básicos: poesia religiosa, poesia amorosa e poesia satírica.
 Exemplo de poesia satírica:
O "Boca do Inferno" não perdoava ninguém: ricos e pobres, negros, brancos e mulatos, padres, freiras, autoridades civis e religiosas, amigos e inimigos, todos, enfim, eram objeto de sua "lira maldizente".

O governador Câmara Coutinho, por exemplo, foi assim retratado:

Nariz de embono
com tal sacada,
que entra na escada
duas horas primeiro
que seu dono.




O gosto do poeta pelo insulto leva-o a acentuar os aspectos grotescos dos indivíduos e do contexto baiano como neste soneto em que descreve a cidade da Bahia (Salvador):


A cada canto um grande conselheiro,
Quer nos governar cabana e vinha, *
Não sabem governar sua cozinha,
E podem governar o mundo inteiro.

Em cada porta um freqüente olheiro,
Que a vida do vizinho, e da vizinha
Pesquisa, escuta, espreita e esquadrinha,
Para a levar à Praça e ao Terreiro.

Muitos mulatos desavergonhados
Trazidos pelos pés os homens nobres,
Posta nas palmas toda a picardia.*

Estupendas usuras* nos mercados,
Todos os que não furtam muito pobres:
E eis aqui a cidade da Bahia.

                                                 Cabana e vinha: no sentido de negócios particulares.
                                                                                
 Picardia: esperteza ou desconsideração.
                                                                                  
Usuras: juros ou lucros exagerados

REFERÊNCIAS:
http://pt.shvoong.com/books/189015-gregório-matos-guerra/

http://educaterra.terra.com.br/literatura/barroco/barroco_17.htm 

2 C _ SUJEITO

 

O sujeito só é considerado no âmbito da análise sintática, isto é, somente na organização da sentença é que uma palavra (ou um conjunto de palavras) pode constituir aquilo que chamamos sujeito. Nesse sentido, é equivocado dizer que o sujeito é aquele que pratica uma ação ou é aquele (ou aquilo) do qual se diz alguma coisa. Ao fazer tal afirmação estamos considerando o aspecto semântico do sujeito (agente de uma ação) ou o seu aspecto estilístico (o tópico da sentença). Já que o sujeito é depreendido de uma análise sintática, vamos restringir a definição apenas ao seu papel sintático na sentença: aquele que estabelece concordância com o núcleo do predicado. Quando se trata de predicado verbal, o núcleo é sempre um verbo; sendo um predicado nominal, o núcleo é sempre um nome.

O sujeito tem a característica de concordar com o verbo, salvo raríssimas exceções.












Se você tem dificuldade de encontrar o sujeito de uma oração, ou saber de que tipo ele é, aqui vai uma ajuda.

1) Primeiro encontre o verbo da oração.
2) Depois pergunte "quem".


                                             Tipos de sujeito


Sujeito Simples: possui apenas um núcleo e este vem exposto.
Exemplos:
Deus é perfeito!

A cegueira lhe torturava os últimos dias de vida.

- Pastavam 
vacas brancas e malhadas.



Sujeito Composto: possui dois ou mais núcleos que também vêm expressos na oração.
Exemplos:
As vacas brancas e os touros pretos pastavam.
A cegueira e a pobreza lhe torturavam os últimos dias de vida.
Fome e desidratação são agravantes das doenças daquele povo.


Oculto: Neste caso, sabemos que ele existe, porém não está explícito na oração. A forma pela qual o reconhecemos é pela terminação verbal (desinência). 

Exemplo: Cheguei atrasada para o evento
A terminação -ei provém da primeira pessoa (EU) do pretérito perfeito do modo indicativo. Logo, sabemos que trata-se de um sujeito oculto referente à pessoa verbal já mencionada. 



O Sujeito Será Indeterminado quando não pudermos determiná-lo ou especificá-lo, ou seja, sua identidade é desconhecida. 
Para indeterminar o sujeito a língua vale-se de um destes dois expedientes:
a) empregar o verbo na 3ª pessoa do plural:
   Roubaram meu lápis. (quem roubou?)
   Falam de novas demissões. (quem fala?)

b) usá-lo na 3ª pessoa do singular acompanhado da partícula [se]:
   Precisa-se (= alguém precisa) de datilógrafos. (quem precisa?)
   Ouviu-se gritar (= alguém gritar) por socorro. (quem gritou?)
   Necessita-se (alguém necessita) de auxílio. (quem necessita?)
                        
Exceção: o verbo transitivo direto. Na dúvida consulte: Concordâncias de Verbos + Se.  
 Oração sem Sujeito é aquela que traz um verbo impessoal (sem sujeito). Não cofunda sujeito indeterminado com oração sem sujeito.Naquela há um sujeito (agente humano) que, por não querer ou não poder, não se declara. Nesta não existe sujeito. São verbos impessoais:
a)     Os que denotam fenômenos da natureza: choveu, trovejou, nevou, anoiteceu etc.: Choveu e ventou muito ontem. / Anoitecia.
)     Os verbos ser estar ou fazer que denotem fenômenos meteorológicos: Era manhã. / Será muito cedo? / Como está o calor?
c)  Com o verbo ser nas indicações de horas e datas:
    Seriam quatro horas da tarde?
d)  Com os verbos haver, fazer, empregados impessoalmente.
    Havia quatro alunos presentes. / Faz dez anos que cheguei.
Mas Atenção: Se os verbos que denotam fenômenos da natureza forem empregados em sentido figurado, terá normalmente, o sujeito: Choveram pétalas de rosas => o que choveu? Pétalas de rosas.

                          REFERÊNCIAS UTILIZADAS:________________________