quinta-feira, 16 de agosto de 2012

PARA O 1 H



Leia, copie e selecione as partes mais importantes; imprima e leve para a  próxima aula, pois escreveremos um resumo.


Cuidado com os ganhos fáceis na internet
Há centenas de sites na web que oferecem rendimentos altíssimos 
em aplicações de câmbio e commodities. A maioria é golpe
Bruno Vieira Feijó (redacao.vocesa@abril.com.br)  05/01/2010

A oferta é tentadora: você aplica 1 000 dólares por meio de uma corretora sediada no exterior e ganha até 5 000 dólares em uma semana. Pelo simples fato de ter aberto uma conta, já terá como crédito um bônus de 200 dólares para começar a brincar no mercado internacional de moedas. Melhor ainda. Ao indicar amigos também interessados em obter rendimentos altos, você ganha um percentual sobre o investimento deles. Não acredita? É só baixar o software e fazer algumas simulações.

O dinheiro rapidamente começa a render e você até se pergunta: afinal, por que o meu gerente no banco não oferece algo parecido? A resposta muitos investidores descobrem apenas quando tentam sacar o saldo disponível: foram vítimas de uma fraude. “Não são poucos os internautas à procura de juros atraentes que topam com ofertas sedutoras de dinheiro fácil, envolvendo principalmente o forex (foreign exchange), um tipo de investimento que se faz apostando simultaneamente em moedas estrangeiras”, diz Reginaldo Alexandre, presidente da Associação dos Analistas e Profissionais de Investimento do Mercado de Capitais de São Paulo (Apimec-SP). O forex tem operações apenas pela internet. E esse é o problema. Há milhares de sites fajutos que se passam por corretoras internacionais, prometendo juros mirabolantes e simulando uma operação aparentemente perfeita.

O investidor acompanha suas aplicações em tempo real e acredita que está ganhando a maior bolada ao acertar, por exemplo, que o dólar da última quinta-feira se desvalorizou em relação ao iene japonês. Os sites chegam a apresentar vídeos explicativos e até uma seleção de notícias de agências de informações como a Reuters. Tudo fachada. “Em um dos casos que investigamos a empresa, cujo site dava a impressão de ser de uma corretora de Nova York, era, na verdade, de uma pessoa operando de um notebook a partir de uma residência em uma cidade do interior fluminense”, diz José Alexandre Cavalcante Vasco, superintendente de orientação e proteção aos investidores da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), órgão fiscalizador do mercado financeiro, que desde 2005 detectou mais de 100 arapucas desse tipo no Brasil.

Em que pese os trapaceiros de plantão, o mercado forex existe de verdade. Mas não é recomendado a investidores leigos, apenas aos especializados, como bancos e multinacionais. Na prática, aplicações em forex consistem na compra de uma moeda e a simultânea venda de outra, ou seja, as moedas são negociadas em pares. Digamos dólar e iene. “O investidor aposta em qual será a diferença entre a valorização e a desvalorização dessas moedas em determinado momento”, diz Fernando Botti, diretor da Atrattore, consultoria de ensino em investimentos, de São Paulo.

A vantagem para um investidor especulativo está em poder negociar com alavancagem, ou seja, tendo apenas uma pequena fração do dinheiro que seria necessário para comercializar as moedas físicas. “As margens variam entre as corretoras, mas há aquelas que oferecem até 100:1. Isso significa aplicar 1 000 dólares e apostar 100 000 dólares”, diz Fernando Botti. No caso de ganho, em que a moeda escolhida varia, por exemplo, 1 centavo para cima ou para baixo — dependendo da aposta feita —, o retorno pode atingir mais de 30% ao mês, chegando ao equivalente a 400% ao ano. Nem é preciso dizer o que acontece quando a aposta resulta num movimento contrário ao do mercado.

GANHO FÁCIL NÃO EXISTE

Para confundir ainda mais os incautos, há corretoras que trabalham misturando diferentes investimentos alavancados, além do forex, passando a falsa sensação de que estão diluindo os riscos do investidor ao não concentrar todos os ovos na mesma cesta. No entanto, o que acontece é exatamente o oposto. “Apostar em uma mistura de câmbio, ações e derivativos é apostar quase sempre na volatilidade, que nada mais é do que lidar com oscilações bruscas nas cotações, que podem fazer um investidor leigo dormir milionário e acordar falido”, diz Reginaldo, da Apimec-SP.

Para começar, muitas dessas operações são negociadas apenas entre corretoras — nem todas de boa índole, como se pode observar —, fora da plataforma oficial e regulamentada das bolsas de valores. Tecnicamente, é o que se chama de “mercado de balcão”. “O mercado de balcão não é necessariamente ilegal. São as transações realizadas diretamente entre as partes por telefone, sistemas eletrônicos e internet. Não há uma operação centralizada, mas uma rede entre as instituições interessadas”, diz José Alexandre, da CVM. O problema é que a maior parte dos investimentos de ganho fácil não existe. “O administrador do site simplesmente pega o seu dinheiro e some, ou alega perdas por culpa da má configuração do software por parte do investidor”, diz Fernando, da Atrattore.

O internauta pode ainda estar fazendo movimentações ilegais. Isso porque nenhuma corretora brasileira está habilitada a oferecer o forex (pelas regras cambiais do país, não é permitido em algumas circunstâncias remeter recursos para investir em derivativos no exterior). Aproveitando-se disso, corretoras usam estruturas virtuais de paraísos fiscais para traduzir seus sites para diversos idiomas, inclusive português. Além disso, cooptam espécies de representantes locais, que recebem comissões para atrair investidores daquele país com disposição para aplicar dinheiro.

Não é à toa que os fóruns de discussão e redes sociais estão abarrotados de consultores supostamente entendidos oferecendo seus serviços. “A dica para quem quer aplicar em forex legítimo ou fugir de aplicações desonestas é verificar se a entidade está apta a operar com autorização das entidades de fiscalização, como CVM e Banco Central, ou similares do país de origem, como a NFA, nos Estados Unidos”, diz Reginaldo, da Apimec-SP. Em suma, nunca o velho ditado popular fez tanto sentido: “Quando a esmola é grande, o santo desconfia.”

quarta-feira, 15 de agosto de 2012

Só para a turma de COMUNICAÇÃO VISUAL

O texto a seguir é para LER, fazer o FICHAMENTO e ENVIAR (até a data solicitada)
Além do fichamento, peço que prestem atenção a alguns aspectos que dão pistas dos contexto (variante linguística, autor, contexto de publicação, etc). Tudo será discutido nas próximas aulas.


O Paradigma da Comunicação Visual e dos Signos Identificadores e na Sociedade Contemporânea
Autor: António Lacerda 
Investigador e Bolseiro de Doutoramento da Fundação para a Ciência e 
Tecnologia do Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior. 
Área científica 
Arquitectura, Urbanismo e Design Estrutura de I&D 
CIAUD-Centro de Investigação em Arquitectura, Urbanismo e Design  Instituição de acolhimento da estrutura de I&D Faculdade de Arquitectura da Universidade Técnica de Lisboa 
DISPONÍVEL EM:  http://fido.palermo.edu/servicios_dyc/encuentro2007/02_auspicios_publicaciones/actas_diseno/articulos_pdf/A5016.pdf


Introdução  
Através da evolução da sociedade contemporânea, para uma sociedade de consumo e de globalização de produtos e serviços, nascem novas problemáticas no relacionamentos dos sistemas de signos, de objectos ou culturas.  

Segundo Baudrillard (2007), existe na nossa sociedade uma evidência de consumo e abundância, originada pela diversidade e multiplicação de artefactos e serviços, originando mutações constantes nos comportamentos, nas mensagens nos códigos, nos signos e no conjunto das diversas relações sociais. Deste modo, a análise dos sistemas de identidade visual e dos seus  signos constituintes, devem ser alvo de estudo e séria reflexão para a 
contribuição de uma sociedade, visualmente mais positiva. As mensagens devem ser compreendidas, os artefactos devem servir os seus utilizadores, as linguagens gráficas adoptadas (cores, formas, símbolos, logótipos, etc.) devem estabelecer uma relação estreita entre as teorias da identidade e a realidade empírica.  

É igualmente fundamental, clarificar o paradigma da construção e gestão de Sistemas de Identidade Visual Institucional e o modo como obtemos, interpretamos e gerimos a informação. É preciso determinar sem erros quais são os modelos de imagem que necessitamos em função dos seus planos estratégicos, objectivos globais e perceber o que se transmite aos públicos internos e externos. 


Sabendo que nos encontramos numa sociedade de interacção simbólica (Costa, 2006), o “império dos signos (tudo o que significa), dos símbolos (tudo o que remete a ideias) e das imagens (tudo o que representa o real) a par de uma sociedade que aprende, pensa e actua através da recepção de mensagens visuais, a descodificação destes “fenómenos” é determinante para a reconstrução de novas e mais eficazes mensagens visuais, tornando a nossa sociedade culturalmente mais evoluída.


Segundo Costa (2006), e sabendo que num sistema, uma parte não pode “pensar” por o todo, que as partes são fragmentos de uma estrutura, que são sempre especializadas e que apenas controlarão subconjuntos ou conjuntos de partes mais pequenas, a única maneira de compreendermos o “todo” é operarmos sobre ele. Seguindo este vector, pensamos que devemos descodificar que tipo de imagens ou signos utilizamos e porquê. É fundamental estabelecer e definir novas ferramentas para implantar novas estratégias de acção e sistemas de controlo.

 A Comunicação Visual

Sendo a comunicação reconhecida como uma das mais importantes actividades humanas, ela assume diferentes questões e abordagens que devem ser analisadas e estudadas para a tentarmos definir correctamente. “Comunicar é tornar comum - é normativa, a comunicação. Faz comunicar - tornar comum - o que não deve permanecer privado.” (Legendre, 1982) 
Determinamos o termo “comunicação visual” para designar o vasto conjunto de imagens visuais bidimensionais que invadem as nossas vidas. Segundo Munari (1968), praticamente tudo o que os nossos olhos vêm é comunicação visual (desenhos, objectos, plantas, animais, etc.) contudo, os seus valores são diferentes, de acordo com o contexto onde se inserem e, em relação às mensagens, elas podem ser casuais ou intencionais. A comunicação intencional é algo que o ser humano faz para comunicar, através de um código e informações precisas. Uma comunicação casual pode ser interpretada livremente por quem a recebe. Contrariamente, numa comunicação intencional, a totalidade do significado da mensagem deveria ser compreendida pelo seu receptor (Munari, 1968). Seguindo o conceito das mensagens intencionais, somos “bombardeados” diariamente com milhares de imagens visuais, aplicadas em diferentes produtos e suportes de comunicação - cartazes, símbolos, instruções visuais, publicidade, internet, etc., com diferentes tipos e funções de mensagens. Umas informam, outras dirigem e influenciam ou por vezes confundem o seu receptor. 

Pensamos importante referir que o termo “imagem” pode ser aplicado aos objectos, contudo existe uma diferença importante relativamente ao termo “comunicação”, os objectos têm qualidades visuais ou tácteis que comunicam directamente com efectividade com o seu usuário. Ao contrário, as  imagens bidimensionais são distintas, comunicam com grande imediatez, e são mais efémeras. Como acontece com o design de objectos, existem imensas
práticas no design de comunicação, e um dos termos mais utilizado para a caracterizar, é o de designer gráfico - expressão que surgiu na década de 1920, para caracterizar os profissionais que trabalhavam as imagens bidimensionais (Heskett, 2005).

 Os Signos, Códigos e Cultura
Neste sentido, podemos assumir que toda a comunicação visual envolve signos e códigos, sendo que os signos são artefactos e construções significantes. Os códigos são os sistemas através dos quais os signos se organizam e se relacionam uns com os outros. Sendo que a comunicação visual é uma actividade essencial para a evolução da nossa cultura, existem diferentes abordagens para o estudo geral da comunicação. Segundo Fiske (1998), existem duas escolas principais no estudo da comunicação: a comunicação como transmissora de mensagens (Escola “Processual”) ou a comunicação como uma produção e troca de significados (Escola semiótica). Uma das principais fontes sobre os estudos da comunicação, e exemplo da escola processual, é a obra de Shannon e Weaver, Mathematical Theory of Communication (1949), sendo um claro exemplo da comunicação como transmissora de mensagens.

Ainda sobre as teorias da comunicação, segundo Eco (2004) o signo serve para transmitir informação, através de uma fonte, emissor, canal, mensagem e destinatário, inserindo-se dessa forma num processo de comunicação. Nesta perspectiva uma mensagem equivale ao signo e por sua vez pode ser uma organização de variados signos. De referir que o destinatário apenas compreenderá a mensagem se conhecer o código e, desta forma existe entre o emissor e o destinatário um código em comum e diversas regras atribuindo
significados aos signos. Nesta perspectiva, num processo de comunicação em
que o código não seja conhecido ou que não exista, significação, a comunicação reduz-se a um processo de estímulo-resposta (Eco, 2004, pág. 26).  Levanta-se a questão de que forma a mensagem emitida atinge os seus objectivos, podemos distinguir definições de univocidade e plurivocidade, codificação e descodificação, conotação e denotação e por fim a noção de
redundância. A finalidade destas definições têm a função de descobrir a melhor maneira de tornar a mensagem compreensível para o receptor (Sfez, 1991). Não nos podemos esquecer a problemática da aculturação e, segundo Gerbner, o destinatário das mensagens não é neutro e exerce uma crítica sobre o sistema das mensagens ou mesmo da comunicação confusionante em que o representativo e o expressivo tendem a identificar-se um ao outro.
No caso da semiótica, a mensagem é uma construção de signos que, através da interacção com os receptores, produzem significados. No centro desta perspectiva estão os signos e as diferentes maneiras através das quais estes veiculam significados e se relacionam com as pessoas que os utilizam. Os códigos onde os signos se organizam, satisfazendo necessidades de uma sociedade ou cultura e por fim a cultura, onde se inserem os códigos e signos, por sua vez organizados.

Em relação ao signo e a sua significação, um dos mais influentes modelos é o estudo do filósofo Peirce, que considera que o signo e os elementos da significação não podem ser compreendidos sem os três “utentes” (Signo - Objecto-Interpretante), cada um deles não pode ser compreendido sem o outro.

Outro modelo adoptado pelo linguista Saussure, refere que o signo se compõe pela sua forma física e de um conceito mental associado - apreensão da realidade externa. O signo apenas se relaciona com a realidade através dos conceitos e dos seus usuários. Podemos esquematizar o modelo de Saussure da seguinte forma:
Signo, composto por: 
Significante (existência física do signo) + Significado (conceito mental) - Significação (realidade externa ou significado).

Podemos ainda segundo Morris (1946), distinguir o signo através de três dimensões:
- Semântica: O signo é considerado em relação àquilo que significa;
- Sintáctica: O signo é considerado enquanto inserido em sequências de outros signos;
- Pragmática: O signo é considerado quanto às próprias origens, aos próprios efeitos sobre os destinatários e aos usos que dele se fazem.

Nesta análise e abordagens sobre algumas teorias da comunicação, abordamos algumas considerações sobre o signo e, da importância do conhecimento do código, como ponto fundamental para a descodificação da mensagem/informação. De facto, e seguindo o pensamento de Fiske (1998), quase todos os aspectos da nossa vida social são  convencionados ou regidos por códigos com características básicas:
- Têm um número de unidades a partir das quais é feita a selecção;
- Veiculam significado;
- Dependem de um acordo entre os usuários e da sua experiência cultural
comum;
- Desempenham uma função social ou comunicativa identificável;
- São transmissíveis pelos seus meios ou canais de comunicação.

Porque os códigos constituem o centro comum da experiência de qualquer cultura e apenas através de códigos comuns podemos exprimir a pertença à nossa cultura, ao usarmos os códigos, como emissores ou receptores, inserimo-nos e revitalizamos a nossa cultura. A Cultura é um organismo activo, mutante e existe apenas devido à participação activa dos interlocutores nos códigos de comunicação (Fiske, 1998).

Nesta perspectiva, toda a cultura é vista como um sistema de sistemas de signos, sendo não apenas simples instrumentos de reflexo das forças sociais e da sua cultura, mas sim uma força social (Eco, 2004). Na sociedade contemporânea, diferentes culturas partilham os mesmos códigos, ou incorporam-nos nos seus meios (linguagens, roupa, comida, objectos, etc.) e da mesma forma que o reconhecimento de um signo requer o conhecimento do
seu código, o código necessita de familiaridade com a sua cultura (Hurwitz, 1993).

Pretendemos neste estudo analisar algumas abordagens das questões da significação e do papel que os signos Identificadores Institucionais desempenham na sua formação.
Sendo a semiótica ou semiologia, o estudo dos signos e da forma como eles funcionam, segundo Fiske (1998) e como referido no capítulo anterior, na semiótica existem três áreas de estudo principais:
- o estudo das maneiras através das quais as variedades de signos veiculam significado, e como se relacionam com os seus utilizadores (o Signo);
- A exploração dos canais de comunicação disponíveis para a transmissão dos signos, e os diversos códigos que existem para satisfazer uma determinada sociedade ou cultura (o Código);
- O uso dos códigos e signos relativamente à sua existência e forma (Cultura onde os códigos e signos se encontram organizados).

A comunicação visual tem como elementos da sua estrutura um emissor, que transmite uma determinada mensagem a um receptor, através de um canal e um código. É a existência do código e os elementos que o compõem, nomeadamente os signos, que a mensagem ganha significado - signo como elemento do processo de comunicação. Quando num processo de
comunicação, o código não existe, não existe significação, logo reduz-se a um processo de estímulo-resposta (Eco, 2004). Sendo que uma das elementares condições do signo é a que ele está em lugar de outra coisa, os estímulos não satisfazem essa condição.

Podemos ainda analisar os signos em três componentes principais: Significante, significado e referente. O significado de uma mensagem pode ser transmitido de várias maneiras, através de vários códigos (imagens, palavras, etc.), a cada uma das formas que esse significado ganha em cada código, denominamos significante.
 Neste sentido, para cada significado, podemos ter vários significantes possíveis. O significado é a associação mental que fazemos através de um código, de um determinado signo. Aquilo a que nos referimos, que é considerado materialmente e sem associações mentais, chamamos referente. Resumindo , temos todos os elementos do signo, o
significante (registo), o significado (a ideia) e o referente (o objecto).

Surge entretanto a importância da questão do signo e do seu sistema (onde ele
se insere), de sabermos como é que os signos significam. Segundo Saussure,
essa significação é transmitida através da relação entre um signo e os outros
signos do mesmo sistema, ou seja, a relação entre um signo e os outros signos.

De acordo com o modelo apresentado, segundo Fiske (1998), os significados
são os conceitos mentais que o ser humano utiliza para dividir a realidade e
para a classificar de forma a podermos compreendê-la e, são por isso
realizados por ele, de acordo com a cultura à qual pertencem. Sausurre refere
ainda que, o que fundamentalmente determina e define a significação (mais do
que a relação de um signo com uma realidade externa) são as relações de um
signo com os outros signos no interior de um sistema.

Segundo Peirce, um outro semiólogo, o tipo de ligação entre os signos e os
seus referentes, constitui a sua esquematização e interpretação quanto à natureza
dos signos. Deste modo, considera que os signos se dividem em três classes:
índices, ícones e símbolos. Os índices são os signos que se encontram
fisicamente ligados quanto ao referente. Os ícones são os signos que
representam os seus referentes através de uma semelhança formal. Um
símbolo é um signo cuja ligação com o seu referente se faz através de uma
questão de convenção, de acordo ou de regra. Contudo em algumas situações,
um signo pode compor-se por ícone, índice e símbolo, como é o exemplo de
um sinal de trânsito.

Conforme referimos, existem diversos tipos de signos e formas dinâmicas,
com conteúdos ou significados que se podem modificar. Nesse sentido
introduzimos as noções de níveis da linguagem: a conotação e a denotação,
sendo que a função cognitiva pertence ao nível prático ou denotativo e a
função emocional ao conotativo.

Paralelamente à compreensão do estudo dos signos e da comunicação,
pensamos pertinente percebermos a relação dos signos com cultura, segundo
Hurwitz (1993) a cultura é composta por símbolos e outros signos,
estruturando os actores sociais e limitando as suas escolhas. Esses símbolos e
signos são as ferramentas que o ser humano utiliza para transportar
significados combinados em sistemas (códigos).

 Os Signos Identificadores

Neste contexto, iniciamos o estudo dos Signos Identificadores Institucionais e
os seus impactos ao nível da Identidade de uma Instituição, que se constitui
por um sistema de mensagens e recursos significantes complexos, manifestado
em todos e em cada um dos seus componentes - logótipos, aos símbolos,
mascotes, às cores institucionais, ao grafismo complementar, aos signos
acústicos, à arquitectura, comunicações internas e externas, etc.

Neste sentido, suscitam por sua vez nos seus públicos, uma determinada
opinião (reconhecimento, diferenciação, valorização, proximidade afectiva,
etc.). Segundo Chaves (2005), para compreender a importância e uma
depuração relativa a estes conceitos, é necessário analisar este paradigma
através de um esquema de quatro elementos, sendo que o primeiro denominase
de realidade Institucional, que é o conjunto de condições e dados objectivos
da existência real da Instituição representados através de elementos como: a
sua estrutura e organização, os seus sistemas de relações e comunicações
internas e externas, a sua infra-estrutura, entidade jurídica, etc. O segundo
elemento é a Identidade Institucional: conjunto dos elementos, atributos e
processos identificadores, assumidos como próprios pela Instituição. O
terceiro elemento é a comunicação Institucional que é o conjunto de
mensagens efectivamente emitidos, consciente ou inconscientemente,
voluntária ou involuntariamente (Chaves, 2005).

O último elemento ou conceito referido por este autor, é a Imagem
Institucional que em conjunto com os outros três elementos formam um
sistema. A Imagem Institucional é o registo público dos atributos
identificadores da Entidade.

Nenhuma Instituição prescinde hoje de um signo gráfico como Identificador
Institucional e o próprio conceito de Identidade Corporativa está quase
exclusivamente associado ao Sistema de Identificação Gráfica das Instituições. Neste
contexto a sua importância social e cultural, leva-nos ao estudo e análise dos Signos
Identificadores (características verbais e visuais dos signos) como uma das
ferramentas protagonizadoras, na análise da Identificação Institucional.


Segundo Chaves e Belluccia (2006), na sua forma de manifestação, são
diversas as gamas de tipos de signos existentes e os seus recursos
significantes, de modo a satisfazer todas as circunstâncias e existências de Identificação diversas. Ainda segundo estes autores, os Signos Identificadores podem ser divididos entre primários e secundários. Os Signos Identificadores primários, são os logótipos e os símbolos, ou seja, as marcas gráficas de natureza verbal e não verbal e que podem funcionar separadamente ou em conjunto. Em relação aos Signos Identificadores secundários, são aqueles que não possuem capacidades suficientes para se tornarem independentes dos
anteriores. Podemo-nos referir às cores, às texturas ou fundos (formas) onde se
inscrevem os logótipos.

Ainda segundo estes autores, podemos efectuar a sua classificação formal, ordenando os seus elementos básicos de Identificação Institucional. por:

Logótipos e Símbolos.
Relativamente aos Logótipos os mesmos podem ser subdivididos por:

1 - Logótipo tipográfico estandardizado
O nome da Instituição está escrito de uma forma normal com uma família tipográfica pré-existente 


2 - Logótipo tipográfico exclusivo
O logótipo é concebido através de uma família tipográfica exclusiva e
desenhada especialmente para o efeito

3 - Logótipo tipográfico re-desenhado
O nome é escrito através de uma família tipográfica já existente, contudo aplicam-se acertos específicos de espaços, tamanhos, proporções, ligações especiais entre caracteres, etc.

4 - Logótipo tipográfico icónico
A substituição de alguma letra do logótipo por um ícone formalmente compatível com a dita letra ou com a actividade da empresa

5 - Logótipo singular
O logótipo é desenhado como um todo, como uma forma exclusiva que não corresponde a nenhum alfabeto estandardizado.

6 - Logótipo com outros elementos visuais
Para aumentar a sua capacidade Identificadora, reforçam-se ou acrescentam-se alguns aspectos visuais externos como é o caso dos asteriscos, pontos, ou fundos normalizados e quase sempre geometricamente regulares.


Relativamente aos símbolos, e ainda segundo as classificações de Chaves e Belluccia (2006), podemos estrutura-los de acordo com os seus graus de iconicidade, abstracção e inclusão de letra ou letras nos símbolos:
1 - Símbolos icónicos
Os símbolos representam uma imagem ou referente, que é reconhecível pelo observador pela sua semelhança formal e evidente do mundo real ou imaginário

2 - Símbolos Abstractos
Os símbolos não representam objectos ou conceitos conhecidos, e podem através das suas características formais ou cromáticas, conotar algum tipo de sensação como, suavidade, movimento, modernismo, fragilidade, força, etc.







3 - Símbolos Alfabéticos
Os símbolos são constituídos por iniciais do nome ou outros caracteres como motivo central




Todos os tipos de símbolos aqui expostos, podem ainda materializar-se com outros elementos gráficos, como fotografias, elementos mais ou menos orgânicos, pictóricos ou geométricos e ser ainda combinados com os tipos de logótipos descritos anteriormente



Conclusão

Podemos concluir seguindo um dos pensamentos de Costa (2006), que foca a importância da clarificação dos tipos de Sistemas de Identidade Visual Institucional actualmente existentes, focando alguns aspectos como:
- Que tipos de Sistemas de Identidade Visual Institucional existem actualmente e qual o seu valor real e psicológico;
- Quais são as causas positivas e negativas que deram lugar a esses Sistemas e as suas reais oportunidades;
- Quais os aspectos que se podem suprimir ou reforçar para aumentar a sua eficácia;
- De que modo podemos efectivar essas mudanças;
- De que modo organizamos um novo Sistema de Identidade Visual Institucional, optimizando a produtividade e difundindo a nova cultura;
- Como implementamos as operações de mudança e procedemos para controlar a imagem para os públicos internos e externos;
- Quais os modelos conceptuais a utilizar e o que representa a nova imagem para os seus públicos;

Neste sentido, pretende-se atingir uma concepção global estratégica e exaustiva, que permita a orientação clara face ao paradigma da Identidade e dos seus Signos Identificadores, evidenciados através das mensagens e da Comunicação Visual.


 Bibliografia
Baudrillard, Jean (2007). A sociedade de consumo. Lisboa: Edições 70
Chaves, Norberto (2001). El oficio de diseñar: propuestas a la conciencia
crítica de los que comienzan. Barcelona: Gustavo Gili
Chaves, Norberto, Belluccia, Raul (2006). La marca corporativa. Gestión y
diseño de símbolos y logótipos. Buenos Aires: Paidós. (Edição original 2003)
Costa, Joan (2004). La imagem de marca. Un fenómeno social. Barcelona:
Paidós.
Costa, Joan (2006). Imagem corporativa en el siglo XXI. Buenos Aires: La
Crujía. (Edição original 2003)
CPD (1997). Manual de gestão de design. Lisboa: Edições Centro Português
de Design
Eco, Umberto (2004). O signo. Barcarena: Editorial Presença. (Edição original
1978)
Fiske, John (1998). Introdução ao estudo da comunicação. Porto: Asa
Editores
Frutiguer, Adrian (2002). Signos, símbolos, marcas, señales. Elementos,
morfologia, representação, significação. México: Gustavo Gili. (Edição
original 1981)
Giddens, Anthony (2005). O mundo na era da globalização: Lisboa: Editorial
Presença. (Edição original 1999)
Giddens, Anthony (2002). Modernidade e identidade. Rio de Janeiro: Jorge
Zahar Editor. (Edição original 1999)









terça-feira, 14 de agosto de 2012

Para o pessoal da INFORMÁTICA




Queridos      
 Leiam e  façam o fichamento do texto a seguir; depois enviem-no até a data combinada (precisaremos dele na próxima aula).


Setor elétrico: uma luz de oportunidades para empresas nacionais de TI
                                                                                                     Por Luís Mário Luchetta*


         Considerando o conjunto das concessionárias de energia que operam no país, existe uma verba de dois bilhões de reais para investimentos em Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação do setor elétrico. Esta verba tem que ser aplicada em produtos, entre eles softwares, que permitam resolver problemas existentes no setor elétrico, para os quais ainda não existam soluções disponíveis no mercado.
       Essa é a informação repassada pelo representante da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) durante a reunião do Conselho de Competitividade Setorial de Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC), realizada na sede da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), em Brasília, em meados do mês de maio.
               O objetivo inicial da reunião era discutir o envolvimento dos setores produtivos na viabilização do Plano Brasil Maior. Entretanto, o debate do diagnóstico da aplicação das Tecnologias da Informação e Comunicação em Redes Elétricas Inteligentes expôs um mar de oportunidades para as empresas brasileiras desenvolvedoras de software.
               A já citada verba bilionária, destinada a Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação, precisa ser aplicada compulsoriamente pelas concessionárias de energia elétrica, por meio de chamadas de seleção de projetos, a serem publicadas pelo menos uma vez ao ano. 
               Desta forma, uma enorme oportunidade se abre para que as empresas de software olhem com mais atenção para o setor elétrico, que não só pode, como deve demandar uma série de soluções para aprimorar cada vez mais os seus serviços. Além de enxergar a oportunidade, é preciso que essas empresas também busquem conhecimentos necessários para atender as necessidades desse segmento, para poder apresentar serviços e soluções que sejam aderentes às necessidades e inovadoras ao mesmo tempo.
           Desta forma temos que demandar dos governos locais que se posicionem e envolvam para fomentar cada vez mais o desenvolvimento das cadeias produtivas de TI. Em último lugar, obviamente, se faz fundamental o comprometimento da ANEEL, fiscalizando a correta aplicação das verbas em questão em projetos de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação para o setor elétrico. Neste processo ainda é necessário frisar a importância de se utilizar o poder de compra a favor dos fornecedores nacionais.
               Este é mais um exemplo de como o setor de TI se posiciona como setor transversal, que pode auxiliar tanto no desenvolvimento econômico, quanto social. O setor elétrico necessita de tecnologia e temos no país empresas extremamente capacitadas para atender a essa demanda; precisamos apenas de um esforço que dê apoio à produção nacional, para que essa oportunidade não seja benéfica para empresas no Exterior, ajudando a piorar o resultado da balança de Comércio Exterior do setor.

*Luís Mário Luchetta é Presidente da ASSESPRO NACIONAL – Associação das Empresas Brasileiras de Tecnologia da Informação
Fonte: http://b2bmagazine.consumidormoderno.uol.com.br/opini-o/setor-eletrico-uma-luz-de-oportunidades-para-empresas-nacionais-de-ti