Análise e interpretação de textos
Para analisar e
interpretar textos é preciso saber ler. Mas, como
aprender a ler? Lendo. Alguém que deseje aprender a nadar terá de,
inevitavelmente, entrar na água. O mesmo ocorre com a formação de um leitor: se
ele não se dedicar ao exercício da leitura, debruçando-se sobre poemas,
notícias e crônicas de jornal, romances, ensaios etc., jamais aprenderá a ler.
Mas a verdadeira leitura pressupõe compreensão. Não basta passar os olhos sobre as palavras, mas é preciso entender o significado delas - ou, pelo menos, aproximar-se do que o autor pretende transmitir. E, depois, para realmente analisar o objeto da nossa leitura, devemos proceder à identificação das características, dos atributos, das propriedades do texto.
Textos denotativos - um ensaio, uma dissertação, uma notícia ou reportagem - são escritos em linguagem conceitual. Esse tipo de texto - racional, que se apoia em conceitos, leis, princípios ou normas - pede do leitor uma postura objetiva.
Já os textos conotativos - a poesia e os gêneros de ficção, incluindo algumas crônicas - exigem de nós uma postura subjetiva, pois são escritos em linguagem poética. Ou seja, são textos que exploram aquele conjunto de alterações ou de ampliações que uma palavra pode agregar ao seu sentido literal (ou denotativo). Os meios para se alcançar esse tipo de expressão envolvem as diversas figuras de linguagem, a criação de personagens e uma infinidade de associações entre os vocábulos, criando, muitas vezes, um mundo à parte.
Para esses dois tipos de textos podemos estabelecer algumas regras gerais de leitura:
1. Cada novo texto é, também, um novo universo. Para apreender o que o autor pretende transmitir, devemos estar abertos ao novo. Então, antes de iniciar a leitura, procure esquecer o que lhe disseram sobre o autor - as críticas e os elogios -, e aproxime-se do texto sem preconceitos.
2. Se for um texto curto - artigo, notícia, crônica, conto, etc. -, leia-o integralmente, procurando captar o seu sentido geral, e só depois, reiniciando a leitura, proceda assim:
a) procure, no dicionário, cada uma das palavras desconhecidas ou cujo sentido lhe pareça estranho, duvidoso.
b) sublinhe ou circule, em cada parágrafo, a frase que expressa a ideia central daquele trecho.
c) faça anotações nas margens do texto, mas de maneira que elas expressem o seu pensamento, as suas interrogações, as suas concordâncias ou discordâncias, relacionando o texto às suas vivências pessoais e a outras leituras que você, porventura, tenha feito.
3. Se o texto for longo - romance, ensaio, tese, peça de teatro etc. - siga os passos acima, mas desde o primeiro momento da leitura.
4. Não tenha preguiça. A leitura exige, muitas vezes, que voltemos ao início do texto ou do capítulo, que retrocedamos alguns parágrafos, a fim de retomar certa ideia ou rever o comportamento, a fala de uma personagem.
5. À medida que você decodifica as palavras, procure relacioná-las com o todo. Ou seja, compreenda as palavras dentro do contexto (o conjunto de frases, o encadeamento do discurso).
6. Enquanto lê, estabeleça um duplo diálogo: com o autor e com você mesmo.
7. Quando o texto usar a linguagem conceitual, não faça uma leitura tímida: imagine-se concordando e, também, discordando das ideias expostas. Coloque-se no papel de defensor e de opositor. Depois, forme seu próprio julgamento.
8. Quando o texto utilizar a linguagem poética, imagine a cena, coloque-se no lugar das personagens. Muitas vezes, poemas e textos de ficção tratam de realidades completamente diferentes da nossa, o que exige uma leitura sem preconceitos. Não tenha receio: entre os gregos, transforme-se em grego.
9. Não seja um leitor crédulo, não acredite com facilidade em tudo que lê. Num texto conceitual, seja implacável com a argumentação do autor: ele realmente convenceu você? Quais as partes frágeis do texto? Quais as qualidades? Aja da mesma forma em relação ao texto poético: o enredo convenceu você? A história é verossímil (transmite a impressão de verdade) ou imperfeita, defeituosa? O bom leitor nunca é ingênuo.
10. Numa prova, não se esqueça:
a) leia o texto com calma, duas ou três vezes;
b) a cada questão, retorne ao texto e esclareça suas dúvidas;
c) esteja atento ao enunciado da questão, pois, muitas vezes, ele exigirá que você leia não só o trecho citado, mas um ou mais parágrafos.
d) muitas vezes, a resposta correta não corresponde exatamente ao que está no texto, mas apenas se aproxima do sentido geral.
Mas a verdadeira leitura pressupõe compreensão. Não basta passar os olhos sobre as palavras, mas é preciso entender o significado delas - ou, pelo menos, aproximar-se do que o autor pretende transmitir. E, depois, para realmente analisar o objeto da nossa leitura, devemos proceder à identificação das características, dos atributos, das propriedades do texto.
Textos denotativos - um ensaio, uma dissertação, uma notícia ou reportagem - são escritos em linguagem conceitual. Esse tipo de texto - racional, que se apoia em conceitos, leis, princípios ou normas - pede do leitor uma postura objetiva.
Já os textos conotativos - a poesia e os gêneros de ficção, incluindo algumas crônicas - exigem de nós uma postura subjetiva, pois são escritos em linguagem poética. Ou seja, são textos que exploram aquele conjunto de alterações ou de ampliações que uma palavra pode agregar ao seu sentido literal (ou denotativo). Os meios para se alcançar esse tipo de expressão envolvem as diversas figuras de linguagem, a criação de personagens e uma infinidade de associações entre os vocábulos, criando, muitas vezes, um mundo à parte.
Para esses dois tipos de textos podemos estabelecer algumas regras gerais de leitura:
1. Cada novo texto é, também, um novo universo. Para apreender o que o autor pretende transmitir, devemos estar abertos ao novo. Então, antes de iniciar a leitura, procure esquecer o que lhe disseram sobre o autor - as críticas e os elogios -, e aproxime-se do texto sem preconceitos.
2. Se for um texto curto - artigo, notícia, crônica, conto, etc. -, leia-o integralmente, procurando captar o seu sentido geral, e só depois, reiniciando a leitura, proceda assim:
a) procure, no dicionário, cada uma das palavras desconhecidas ou cujo sentido lhe pareça estranho, duvidoso.
b) sublinhe ou circule, em cada parágrafo, a frase que expressa a ideia central daquele trecho.
c) faça anotações nas margens do texto, mas de maneira que elas expressem o seu pensamento, as suas interrogações, as suas concordâncias ou discordâncias, relacionando o texto às suas vivências pessoais e a outras leituras que você, porventura, tenha feito.
3. Se o texto for longo - romance, ensaio, tese, peça de teatro etc. - siga os passos acima, mas desde o primeiro momento da leitura.
4. Não tenha preguiça. A leitura exige, muitas vezes, que voltemos ao início do texto ou do capítulo, que retrocedamos alguns parágrafos, a fim de retomar certa ideia ou rever o comportamento, a fala de uma personagem.
5. À medida que você decodifica as palavras, procure relacioná-las com o todo. Ou seja, compreenda as palavras dentro do contexto (o conjunto de frases, o encadeamento do discurso).
6. Enquanto lê, estabeleça um duplo diálogo: com o autor e com você mesmo.
7. Quando o texto usar a linguagem conceitual, não faça uma leitura tímida: imagine-se concordando e, também, discordando das ideias expostas. Coloque-se no papel de defensor e de opositor. Depois, forme seu próprio julgamento.
8. Quando o texto utilizar a linguagem poética, imagine a cena, coloque-se no lugar das personagens. Muitas vezes, poemas e textos de ficção tratam de realidades completamente diferentes da nossa, o que exige uma leitura sem preconceitos. Não tenha receio: entre os gregos, transforme-se em grego.
9. Não seja um leitor crédulo, não acredite com facilidade em tudo que lê. Num texto conceitual, seja implacável com a argumentação do autor: ele realmente convenceu você? Quais as partes frágeis do texto? Quais as qualidades? Aja da mesma forma em relação ao texto poético: o enredo convenceu você? A história é verossímil (transmite a impressão de verdade) ou imperfeita, defeituosa? O bom leitor nunca é ingênuo.
10. Numa prova, não se esqueça:
a) leia o texto com calma, duas ou três vezes;
b) a cada questão, retorne ao texto e esclareça suas dúvidas;
c) esteja atento ao enunciado da questão, pois, muitas vezes, ele exigirá que você leia não só o trecho citado, mas um ou mais parágrafos.
d) muitas vezes, a resposta correta não corresponde exatamente ao que está no texto, mas apenas se aproxima do sentido geral.
A expressão intertextualidade se refere, basicamente, à influência de
um texto sobre outro. Na verdade, em diferentes graus, todo texto é um
intertexto, pois, ao escrever, estabelecemos um diálogo - às vezes
inconsciente, às vezes não - com tudo o que já foi escrito. Assim, cada texto é
como um elo na corrente de produções verbais; cada texto retoma textos
anteriores, reafirmando uns e contestando outros.
intertextualidade intencional:
Epígrafe: é um fragmento de texto que serve de lema ou
divisa de uma obra, capítulo, ou poema. Costuma existir um vínculo entre a
epígrafe e o texto que vem em seguida
Citação: é a frase ou passagem de certa obra que um
autor reproduz (com indicação do autor original) como complementação
Alusão: é toda referência, direta ou indireta,
propositada ou casual, a certa obra, personagem, situação etc.,
Paráfrase: é a interpretação, explicação ou nova
apresentação de um texto (ou parte dele) com o objetivo de ou torná-lo mais
inteligível ou sugerir um novo enfoque para o seu sentido.
Paródia: trata-se de uma composição literária que
imita, cômica ou satiricamente, o tema ou/e a forma de uma obra séria. O
intuito da paródia consiste em ridicularizar uma tendência ou um estilo que,
por qualquer motivo, se torna conhecido ou dominante
Tradução: traduzir consiste em passar um texto (ou
parte dele) escrito numa determinada língua para o equivalente em outra língua.
Pastiche: imitação servil e grosseira de uma obra
literária.
Para ser coerente, o texto deve apresentar uma relação lógica
e harmônica entre suas ideias, que devem ser ordenadas e interligadas de
maneira clara, formando, assim, uma unidade na qual as partes tenham nexo.
Não basta, portanto, que o
texto tenha coesão, mas é preciso também que o raciocínio
exposto não apresente lapsos, hiatos, deslocamentos abruptos das
informações e excesso incoerente de ideias.
Manter a ordem
cronológica
Seguir uma
ordem descritiva: isto é,
seguir a ordem em que a cena, o objeto, o fato são observados - dos detalhes
mais próximos para os mais distantes, ou vice-versa;
Uma informação
nova deve se ligar a outra, já enunciada: à medida que o texto avança, as novas ideias devem se relacionar às
antigas, de maneira que todas permaneçam interligadas.
Evitar
repetições: uma ideia já enunciada
pode ser repetida - e, em alguns casos, é imprescindível que isso ocorra -, mas
desde que acrescentemos uma informação nova.
[...] Ou seja, devemos evitar redundâncias: à medida que escrevemos, o
texto se amplia graças à agregação de novas ideias,
Não se
contradizer: uma tese
exposta e defendida no início não pode ser atacada no final do texto.
Não escamotear
a realidade: um dado
concreto, real, só pode ser contestado com base em investigações científicas.
Evitar
generalizações: afirmar, de
forma infundada ou não, que algo é verdadeiro [...]demonstra
falta de argumentos ou preconceito do autor.
Os dois imperativos existentes em português, afirmativo e
negativo, são utilizados somente em orações absolutas, em orações principais,
ou em orações coordenadas, podendo exprimir:
a) ordem ou comando:
Cavem, cavem depressa! (Luís Jardim)
b) exortação, conselho:
Não olhes para trás quando tomares / O caminho sonâmbulo que desce./ Caminha - e esquece. (Guilherme de Almeida)
c) convite, solicitação:
Vinde ver! Vinde ouvir, homens de terra estranha! (Olegário Mariano)
d) súplica:
Não me deixes só, meu filho!... (Luandino Vieira)
e) sugestão de uma hipótese: Suprima a vírgula, e o sentido ficará mais claro.
f) ordem:
a) ordem ou comando:
Cavem, cavem depressa! (Luís Jardim)
b) exortação, conselho:
Não olhes para trás quando tomares / O caminho sonâmbulo que desce./ Caminha - e esquece. (Guilherme de Almeida)
c) convite, solicitação:
Vinde ver! Vinde ouvir, homens de terra estranha! (Olegário Mariano)
d) súplica:
Não me deixes só, meu filho!... (Luandino Vieira)
e) sugestão de uma hipótese: Suprima a vírgula, e o sentido ficará mais claro.
f) ordem:
Saiam da chuva, meninos!
Uniformidade de tratamento
Na língua portuguesa falada no Brasil - ou seja, na
linguagem coloquial brasileira -, o pronome você praticamente
derrotou o tu. Muitas vezes, no entanto, as duas formas de
tratamento se misturam na frase, causando erro, o que se torna cada vez mais
comum quando utilizamos o modo imperativo.
Vejamos, por exemplo, esta frase:
Faze para ti e seus filhos uma casa na parte mais alta da colina.
O pronome ti (forma que o pronome tu assume em alguns casos) corresponde, corretamente, ao verbo fazer, usado na 2ª pessoa do imperativo afirmativo (faz, faze tu). O mesmo não ocorre, entretanto, com o pronome seus (que corresponde à 3ª pessoa).
Dessa forma, para que haja uniformidade de tratamento, devemos colocar toda a frase ou na 2ª pessoa, ou na 3ª. Assim:
Faze para ti e teus filhos uma casa na parte mais alta da colina. (2ª pessoa)
Faça para você e seus filhos uma casa na parte mais alta da colina. (3ª pessoa)
Não esqueça: em vestibulares, provas e concursos, exige-se sempre o conhecimento da norma culta (formal, erudita) da língua - e não a norma informal, que usamos no dia a dia.
Vejamos, por exemplo, esta frase:
Faze para ti e seus filhos uma casa na parte mais alta da colina.
O pronome ti (forma que o pronome tu assume em alguns casos) corresponde, corretamente, ao verbo fazer, usado na 2ª pessoa do imperativo afirmativo (faz, faze tu). O mesmo não ocorre, entretanto, com o pronome seus (que corresponde à 3ª pessoa).
Dessa forma, para que haja uniformidade de tratamento, devemos colocar toda a frase ou na 2ª pessoa, ou na 3ª. Assim:
Faze para ti e teus filhos uma casa na parte mais alta da colina. (2ª pessoa)
Faça para você e seus filhos uma casa na parte mais alta da colina. (3ª pessoa)
Não esqueça: em vestibulares, provas e concursos, exige-se sempre o conhecimento da norma culta (formal, erudita) da língua - e não a norma informal, que usamos no dia a dia.
Fonte: uol educação
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