1º B e C MARÍLIA DE DIRCEU _ TOMÁS ANTÔNIO GONZAGA
Acaso são estes / Os sítios formosos. / Aonde passava / Os anos gostosos? São estes os prados, /Aonde brincava, / Enquanto passava/ O gordo rebanho, /Que Alceu me deixou?
São estes os sítios?/ São estes; mas eu/ O mesmo não sou./ Marília, tu chamas?/ Espera, que eu vou.
Daquele penhasco/ Um rio caía;/ Ao som do sussurro/ Que vezes dormia!/ Agora não cobrem /Espumas nevadas/ As pedras quebradas; /Parece que o rio/ Ao curso voltou.
São estes os sítios?/ São estes; mas eu/ O mesmo não sou./ Marília, tu chamas?/ Espera, que eu vou.
Meus versos alegre/ Aqui repetia: /O eco as palavras/ Três vezes dizia, /Se chamo por ele,/ Já não me responde; /Parece se esconde, /Cansado de dar-me/ Os ais, que lhe dou
São estes os sítios?/ São estes; mas eu/ O mesmo não sou./ Marília, tu chamas?/ Espera, que eu vou.
Aqui um regato/ Corria sereno/ Por margens cobertas/ De flores, e feno: /À esquerda se erguia/ Um bosque fechado, /E o tempo apressado,/ Que nada respeita, /Já tudo mudou.
São estes os sítios?/ São estes; mas eu/ O mesmo não sou./ Marília, tu chamas?/ Espera, que eu vou.
Mas como discorro? /Acaso podia/ Já tudo mudar-se/ No espaço de um dia?/ Existem as fontes,/ E os freixos copados; / Dão flores os prados, /E corre a cascata,/ Que nunca secou.
São estes os sítios?/ São estes; mas eu/ O mesmo não sou./ Marília, tu chamas?/ Espera, que eu vou.
Minha alma, que tinha/ Liberta a vontade,/ Agora já sente Amor, e saudade,/ Os sítios formosos me agradaram,/ Ah! Não se mudaram; /Mudaram-se os olhos, /De triste que estou.
São estes os sítios?/ São estes; mas eu/ O mesmo não sou./ Marília, tu chamas?/ Espera, que eu vou.
Nenhum comentário:
Postar um comentário